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A música gaúcha de origem tradicionalista parece ter origem na escola literária do parnasianismo, por sua semelhança quando canta coisas da natureza e do ambiente como: a terra, o chão, os costumes, o cavalo - e pela musicalidade, sempre buscando a rima num arranjo muito acertado com as melodias, criando entre letra, música e dramatização, uma dinâmica que rebusca origens e paixões. Vale a pena estudar este aspecto e descobrir que por outras origens históricas podemos enriquecer nossas culturas.

O estilo musical gauchesco mostra também origens fortes na música flamenca espanhola, e na música portuguesa. Os campos harmônicos bem arranjados, denotam ritmos bem elaborados e melodias com dois ou mais violões. Com uma formação harmônica/melódica complexa, a música tradicionalista torna-se difícil de ser interpretada em alguns casos, por outros grupos ou músicos que não possuem ligação direta com a cultura gaúcha.

Algumas metáforas e temas são particularmente freqüentes na música gaúcha. A primeira delas é o amor pelo Rio Grande do Sul, presente, por exemplo, nas primeiras duas estrofes da música "Obrigado, Patrão Velho", da banda Os Serranos, em que o eu lírico agradece a Deus pelo estado: "Patrão velho, muito obrigado, por este céu azul/ Por esta terra tão linda, pelo Rio Grande do Sul"[1]

Este amor pelo Rio Grande do Sul muitas vezes toma a forma de um amor pelo mundo rural do peão gaúcho, mundo este muitas vezes retratado como em extinção. Isto é muito evidente na premiada música "Desgarrados" (composição de Sérgio Napp e Mário Barbará), em que o eu lírico compara os ex-trabalhadores do campo que se mudaram para a cidade como animais desgarrados de seu rebanho. Ele relata que os "desgarrados" não são felizes e sentem saudade do dia-a-dia do campo: "Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade[...]\Cevavam mate,sorriso franco, palheiro aceso\Viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,\Geada fria, café bem quente, muito alvoroço"

TRADICIONALISMO OU NATIVISMO?

 
A cultura do Rio Grande do Sul é composta por dois movimentos distintos, mas iguais. Há o tradicionalista que não compreende ou não gosta do nativismo e o nativista que não entende ou não aprecia os rituais do tradicionalismo.

Porém há aqueles que, transitam nos dois campos culturais com a mesma notoriedade e legitimidade.

O tradicionalismo gaúcho é um movimento organizado com uma estrutura hierárquica rígida e um mapeamento do Estado. É quase como um governo paralelo especificamente para o gerenciamento da tradição, mas não exclusivamente. Há uma questão humana intrínseca. Possui um presidente na capital, trinta coordenadores nas chamadas Regiões Tradicionalistas (RTs) e os patrões nos Centros de Tradições Gaúchas. Há cidades que possuem ainda uma associação das entidades, cujo presidente tem sua posição hierárquica estabelecida entre o patrão e o coordenador. Como primeiras-damas culturais existem as primeiras prendas em três modalidades e três níveis. As modalidades são mirim, juvenil e adulta e os níveis são as prendas das entidades, das regiões e do Estado. Um cargo surgido mais recentemente é o de Peão Farroupilha, nos mesmos níveis das prendas e nas modalidades de piá e adulto. Todos são uma espécie de relações públicas do tradicionalismo e conquistam seus cargos num verdadeiro vestibular cultural. Ao contrário do nativismo, há uma rigidez quase militar no tradicionalismo no que tange a indumentária. Chega em alguns casos no limite de que a imagem vale mais do que o conteúdo.

 

O nativismo gaúcho não é uma entidade e sim um movimento cultural cuja união está na identificação pessoal e na semelhança de produção artística de seus membros. Os líderes são os artistas e os organizadores de festivais, mas não há uma hierarquia estabelecida entre eles. Ambos possuem associações independentes na expectativa de uma organização maior, porém não se pode comparar com as diretorias e patronagens do tradicionalismo. Os guerreiros desta tribo são os admiradores da música nativa, da poesia gaúcha e da pajada rio-grandense. Seguem seus ídolos, mas não lhes dão exclusividade. Aplaudem e consomem o produto cultural dos que mais se identificam. Vão aos festivais com o mesmo entusiasmo com que frequentam os CTGs. Há migrantes entre os grupos, contudo pode-se afirmar independente de qualquer pesquisa de que o tradicionalismo municia o nativismo com maior contingente de pessoas do que o contrário.

Se há diferença organizacional entre eles, há semelhança sentimental. Ambos sustentam seus discursos ideológicos no amor à Terra. Tradicionalismo e nativismo cantam as belezas da querência, envergam indumentária típica, demonstram, cada um à sua moda, amor pelo Rio Grande do Sul e são sustentados pelo concurso. Embora nesta demonstração de apego ao pago, o tradicionalismo dance mais do que cante e o nativismo quase que exclusivamente cante, este ano o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) cria um festival de música que abrange todas as RTs, o que significa uma mobilização estadual.

Pela visão antropológica, ambos os segmentos são agregadores da família e do grupo local. Possuem a linguagem dos signos herdada de ancestrais. Falam do seu mundo com a dimensão de seu conhecimento. São responsáveis pelo crescimento da auto-estima do povo rio-grandense e grandes propulsores da economia estadual. Enquanto o tradicionalismo estuda o folclore e a tradição, o nativismo está mais voltado para a manifestação folclórica. O primeiro define o corpus de sua atuação dentro do que estabelece como tradicional e folclórico e o segundo busca universalizar estes dados com enfoque poético-musical mais abrangente e inovador.

As pontas de cores distintas do quadro imaginário que define a cultura gaúcha se debatem nesta questão. Os mais entusiastas do tradicionalismo julgam que o nativismo está deturpando a cultura gaúcha e os vanguardistas do nativismo acusam os tradicionalistas de serem responsáveis pelo saudosismo cultural. Já os que são representados pelo matiz dégradé, visualizam o somatório do poder cultural que os dois movimentos proporcionam para o engrandecimento espiritual dos habitantes do Estado. Juntos, eles mobilizam mais de um milhão de pessoas. Isto só no Rio Grande do Sul, haja vista que a cultura gaúcha está presente em todos os estados brasileiros e fora do território nacional com grande representatividade.

Barbosa Lessa, ao fundamentar o tradicionalismo afirma que "... as duas unidades sociais mais importantes como transmissoras de cultura são a família e o grupo local". Nos grandes centros populacionais urbanos os CTGs são os locais da fuga do individualismo das metrópoles. As pessoas buscam reencontrar o sentimento de grupo local, com os mesmos objetivos e atividades.

A cultura gaúcha como um todo é provedora deste encontro familiar. A freqüência nos CTGs, rodeios e festivais normalmente é de três gerações. Estando os grupos de diferentes idades voltados ao mesmo objetivo, a herança cultural é legada com maior facilidade entre eles e o fortalecimento do regionalismo é mais pulsante. Encontrada no seio da cultura gaúcha, a família rio-grandense posiciona-se na defesa de seus mais íntimos anseios. Os pais acompanham o crescimento etário e cultural de seus filhos e os apóiam nos momentos de dificuldade como amigos da mesma entidade social, sem deixarem de ser exemplos e ídolos. Tanto que o rodeio crioulo, uma das atividades recreativas do tradicionalismo, institui o concurso de laço "pai e filho", incentivando a integração familiar. Da mesma forma acontece no nativismo quando um jovem sobe ao palco para defender sua música num determinado festival, toda a família oferece apoio à sua atuação.

A sociabilidade familiar, um dos maiores problemas da comunidade mundial na atualidade, tem na cultura gaúcha um ponto de apoio importante. Seus exemplos estão presentes desde os CTGs dos mais remotos rincões até os da capital gaúcha.

As lideranças de ambos os movimentos também mobilizam as famílias na questão organizacional. É comum encontrar casais participativos nos CTGs ou na organização de festivais de música ou poesia. Quando no grande grupo, em congressos do Movimento Tradicionalista Gaúcho ou nas reuniões da Associação das Comissões Organizadoras de Festivais de Música do Rio Grande do Sul, é uma grande família. Barbosa Lessa faz uma afirmação sociológica para o evento: "qualquer sociedade poderá evitar a dissolução enquanto for capaz de manter a integridade de seu núcleo cultural." Nestes encontros há o congraçamento de pessoas de todas as facções partidárias, todas as classes sociais, credos e cores. A cultura é o objetivo comum para o qual todos convergem suas dedicações.

Embora isso aconteça na comunidade local, os comandos políticos, distantes do fato cultural, teorizam equivocadamente sobre a cultura gaúcha. Os da extrema direita e da extrema esquerda julgam que a estrutura das estâncias na cultura gaúcha, patrões e peões, seja ideologicamente a favor da primeira e contra a segunda. Ambos estão enganados, por que ela está acima disso. É uma característica atribuída ao meio de vida do rio-grandense. "O gaúcho é socialmente um produto do Pampa, como politicamente é um produto da guerra", afirma o pensador fluminense Oliveira Vianna em seu livro Populações Meridionais do Brasil.

Nos festivais há uma comemoração da arte criada em relação aos temas, mais do que uma vinculação política que ela possa expressar, e normalmente as letras de música estão recheadas de defesa das questões humanas. O antropólogo rio-grandense Ruben Gorge Oliven registra em seu livro A Parte e o Todo - A Diversidade Cultural do Brasil-Nação-, algo comprobatório deste amor à arte acima de tudo. "... o que me chama atenção é o fato de o público aplaudir indistintamente músicas a favor ou contra a figura tradicional do gaúcho." E complementa: "Mas o público parece vibrar com todas; acho que, na realidade, as pessoas vibram com a celebração da identidade gaúcha."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

luis Marenco

 A música é um componente variável na alma dos povos. Reflete o espírito coletivo, seus dramas, suas conquistas, seus traços característicos de modelo social e psicológico. Sendo ainda, matéria - prima, componente e tempero que dá gosto, vida e substância às ditas ciências, tais como: História, sociologia, enfim, a tantas outras. 
    Entretanto, para nós, gaúchos campeiros - espécie em evidente extinção, com o perdão do lugar comum - para nós, música é a própria fisionomia da terra. É Alma, é coração, é sangue plasmado numa vibração interior e uniforme, abrindo rotas, apontando diretrizes, atraindo e repelindo sinais perdidos do núcleo central da espiritualidade.
    Luiz Marenco compreende e é exemplo desta filosofia terrunha, do legítimo canto do povo gaúcho. Desde seu primeiro trabalho, preocupou - se em seu cantar, em exaltar o homem, os costumes, os hábitos, o trabalho, enfim, a legítima cultura de nosso povo.     
  José João Sampaio da Silva – Poeta e Escritor
 Com quase 20 anos de carreira, uma discografia de 20 obras, 18 CDs e 2 DVDs, Luiz Marenco é hoje um dos espetáculos nativistas mais requisitados do sul do Brasil, tendo a consciência de que seu canto esta ligado a terra, valores, hábitos e costumes de seu povo.
   Natural de Porto Alegre/RS, nasceu no dia 22/12/1964 e começou a se interessar pela música aos 08 anos de idade, quando ganhou seu primeiro violão. Sua carreira profissional iniciou em 1988, quando começou a participar de festivais , movimento importante para a cultura de nosso estado e que lhe rendeu grandes conquistas em âmbito regional.
   Seu canto já percorreu vários estados do Brasil, como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás, Brasília e Tocantins, assim como na Argentina, Uruguai e Paraguai fazendo apresentações ao lado Santiago Chalar e espetáculos e gravações com Pepe Guerra e Jorge Nasser(cantores do folclore Uruguaio), além de gravações com Antonio Tarrago Ros e Ramon Ayala da Argentina . - 1990 – Grava seu primeiro disco ao lado de seu parceiro e amigo Jayme Caetano Braun - “Luiz Marenco canta Jayme Caetano Braun”.
- 1991 – O disco ”Luiz Marenco canta Jayme Caetano Braun”, o leva ao prêmio Sharp, hoje conhecido como Prêmio Tim.
- 1997 – Troféu Vitória melhor intérprete do ano.
- 1997 – Troféu Vitória melhor música do ano “Quando o Verso Vem Pras Casa”, parceria com Gujo Teixeira.
- 1999 – Participa do programa Rio Grande do Sul, um século de história da RBS TV.
- 2001 – Premio Açorianos de melhor disco do ano “Enchendo os Olhos de Campo” em parceria com Gujo Teixeira.
- 2002 – Movimento Tradicionalista Gaúcho concede o selo de Qualidade, Autenticidade e Tradicionalidade previsto pelo PROJETO ISO TCHÊ para o CD Luiz Marenco Ao Vivo.
- 2002 – Disco de Ouro “De Bota e Bombacha”, com José Claudio Machado.
- 2003 – Disco de Ouro “Luiz Marenco - Ao Vivo Duplo”.
- 2003 – Participa da mini-série da TV Globo “A Casa Das Sete Mulheres”.
- 2004 – Disco de Platina “Luiz Marenco - Ao Vivo Duplo”.
- 2007 – DVD de ouro “Todo o Meu Canto. 
- 2008 – Recebe da Radio Gaucha e Rádio Gaúcha Sat o Troféu Guri.

 

Joca Martins - DVD 25 ANOS

 

Chegou o DVD de Joca Martins comemorativo aos seus 25 anos de carreira. O repertório traz quatro regravações de músicas colhidas do acervo de canções originalmente gravadas pelo próprio cantor em festivais e outros trabalhos (O sábio do mate, Jesus Maria, Catedral e Tropilheiro); as demais composições são todas inéditas, compostas especialmente para este momento.
O novo trabalho reuniu compositores que já tinham relação musical com os sucessos do cantor (a exemplo de Rodrigo Bauer, Anomar Danubio Vieira, Juliano Gomes, entre outros); além de abrir espaço a compositores da nova geração, buscando congregar amigos e fortalecer o elo entre todos os participantes do meio musical gaúcho na atualidad.
Joca comemora cantando ao lado de nomes como César Oliveira & Rogério Melo, Juliano Gomes, Juliana Spanevello, Anomar Danúbio Vieira, Marcelo Oliveira, Luiz Marenco, Lisandro Amaral e Xirú Antunes.

César Oliveira

"Não canto o passado, mas sim o eterno presente de minha pátria"

Um filho da fronteira, César Oliveira, o caçula dentre três irmãos, nasceu em 8 de dezembro de 1969 em Itaqui, cidade gaúcha que faz divisa com a Argentina. Porém, foi em São Gabriel, para onde mudou-se aos dois anos e meio de idade, que viveu as melhores lembranças da infância e adolescência e onde iniciou a formação escolar e cultural, esta desenvolvida em CTGs.

César saiu aos seus. Assim como os pais Antônio e Terezinha que formavam uma dupla e participavam de "Programas de rádio" ou "Programas de auditório", nasceu para cantar. Por influencia deles, cresceu escutando diversos ritmos e elegeu os de folclore, que retratam os costumes de um povo, como os preferidos. É grande apreciador de Chacareras, Polcas, Chamarras, Vaneiras, Rancheiras, Tangos.

Anos 80 - Aos 13 anos começa a aprender - com alguns ensinamentos básicos do irmão mais velho, Sandro - a tocar violão. Aos 14 ganha o primeiro violão, um presente da mãe. Aos 17, passa a fazer parte de invernadas artísticas em São Gabriel como violonista, o que lhe propiciou, mais tarde, o convite para integrar o "Grupo Tupambaé", formação musical dedicada a divulgar a cultura rio-grandense. Aos 20 anos perde a mãe e sente-se desmotivado a continuar carreira.

Depois de algum tempo retirado do cenário musical retorna ao meio nativista incentivado pelo amigo, doutrinador e parceiro Edilberto Teixeira. Se inscreve em festivais, ainda como amador e inicia um novo ciclo. No final da década de oitenta tem a primeira música - "Sina Estradeira" - gravada no disco "1a Carreteada da Cançao Nativa de São Gabriel". Este foi o impulso que faltava. Passou a participar de modo mais ativo dos festivais, percebendo-os como a vitrina capaz de alavancar a carreira além fronteiras.

Anos 90 - Em 1990 integra o grupo folclórico "Os Chimangos" de Caçapava do Sul e a após cinco anos de permanência sai em turnê com o grupo e percorre cidades da Europa. 1995 também foi o ano em que percebeu a necessidade de se preparar para mais tarde oficializar-se como músico profissional. Ficou próximo de grandes poetas e conquistou grandes amigos. Dentre eles, Enio Medeiros, compositor e instrumentista, com o qual fez parceria profissional e Rogério Villagran, poeta de referência e até hoje um dos principais parceiros musicais.

Em 1997 lança o primeiro trabalho solo, chamado "Com a Alma Presa na Espora" (Gravadora Allegreto de São Paulo). Este CD serviu para definir o estilo e marca como representante da música crioula.

Em 1998, ainda pela mesma gravadora, traz ao público o segundo CD da carreira, intitulado "Na Hora do Amargo". Neste, as letras são de Roberto Huerta de Caçapava do Sul. Já em 99 assina com a Gravadora ACIT, que até hoje acompanha seu trabalho e lança o terceiro CD, "Coplas de Andarengo".

Anos 2000 - No 4° CD da carreira, "De Campo e Alma", César inaugura uma parceria que tinha tudo para dar certo. Ainda como um convidado especial, o amigo de infância Rogério Melo canta em dueto com César Oliveira a música "Machaço Confronto". A consolidação deles como dupla se deu apenas alguns anos depois e após novas participações de Rogério em trabalhos do amigo.

Em 2001, César se muda para Porto Alegre e lança o CD "Na Boca da Noite", onde dividiu com Rogério os versos da composição "Sob As Mangas do Aguaceiro". Em maio de 2002, encerra o CD "Lá na Fronteira" cujo nome também se destina a principal música do trabalho, novamente dividida com Rogério. Neste as letras são do poeta Anomar Danúbio Vieira, de Santana do Livramento.
Em novembro de 2002, César Oliveira e Rogério Melo finalmente firmam a dupla. Como marca do início do dueto fica o CD "Das Coisas Simples da Gente" e a música, "Pra Bailar de Cola Atada", que trouxe aos palcos a alegria e riqueza do cancioneiro campeiro do Rio Grande do Sul.

Em 2003, o álbum "Alma de Fronteira" reafirma a união e mostra a formação com os instrumentistas, Luciano Maia, Marcello Caminha e Diego Caminha. Grava então o CD "Concerto Campeiro", com participação do guitarreiro Lúcio Yanel e letras de Rogério Villagran. Em 2005 lançam os CD's "Retrato de Pampa e Invernada" e "Apaysanado" - este dedicado a obra do poeta Anomar Danúbio Vieira. O primeiro DVD - "Pátria Pampa" acompanhado de CD saiu em 2006. Diferente dos demais trabalhos da dupla, o projeto foi gravado ao vivo e mostrou em imagens aquilo de que retratam suas canções.

Em 2007, após a saída de Luciano Maia e Diego Caminha, integram o grupo os instrumentistas Nielsen Santos, Maykell Paiva e Gilnei Oliveira. Lançam então o CD "O Campo" que antecipa também um DVD. As músicas são inéditas, a exceção de algumas regravações de canções nunca antes cantadas em dueto. A novidade é a grande variação de ritmos.

Agora apresentam, pela gravadora ACIT, seu mais novo trabalho: o disco Cantiga para o meu chão. O repertório é composto por quinze músicas, algumas do início das carreiras de César e de Rogério e que foram gravadas pela primeira vez em dueto. Desta fase, destacam-se Serenata Campeira, uma típica valsa gaúcha, e o xote Coplas de Tosador.

Uma característica marcante da discografia de César e Rogério é a grande variação rítmica e a preocupação em resgatar expressões artísticas e musicais que estão no ostracismo. Neste sentido, se destaca a música A Pior é Minha, uma polquinha, ritmo corrente em gravações antigas de instrumentistas como Antônio Duarte e compositores como José Mendes e os Irmãos Bertussi. No disco, há ainda duas regravações do folclore argentino - com o qual o dueto tem uma forte identificação - Zamba de las Tolderias e Chacarera Del Rancho. Ambas tiveram seus arranjos originais preservados.

Rogério Melo


"No Pampa está enraizada nossa cultura, do Pampa vem nosso alimento, nossa inspiração, nossa arte"

Em 18 de maio de 1976, na cidade gaúcha de São Gabriel, nascia Rogério de Azambuja Melo, filho de Dalmir dos Santos Melo e Maria Inês de Azambuja Melo.Desde pequeno, Rogério demonstrava tendência e apreço a arte folclórica, a música e a cidade que lhe acolheu na infância e juventude e que até hoje representa um regresso a boas lembranças do passado. Foi ainda em São Gabriel que descobriu a música em suas variadas formas - prática, ritmo e expressão corporal. Aos 10 anos começou a tocar violão e ingressou na invernada do CTG Caiboaté.

Já adolescente, em 1992, mudou-se da fronteira-oeste para o litoral. Deixou por algum tempo a amada São Gabriel e foi para Capão da Canoa, cidade não menos importante na formação de sua carreira. Foi lá, freqüentando o CTG João Sobrinho, que conheceu os amigos Coca, Sílvio, Valesco e o cantor e compositor Chico Saga, os responsáveis por sua iniciação no canto. No mesmo ano, complementando a ligação com a música, Rogério ganhou do pai o primeiro violão.

Três anos depois foi morar na capital do Estado onde, fascinado pela força e beleza da música gaúcha, passou a cantar em fandangos. Foi então integrante do grupo "Estilo Campeiro" com quem fez apresentações na região de Gravataí. Estes palcos foram sua primeira escola de canto e também o impulso para uma importante decisão - a de voltar a São Gabriel para se lançar como solista em invernadas artísticas do CTG Caiboaté.

E foi na cidade que lhe apresentou a música e a cultura gaúcha, que Rogério passou a ser reconhecido pela sua voz. Simultaneamente as invernadas começou a cantar no grupo "Eco do Sul" e com eles teve a primeira experiência de estúdio, de gravação de um trabalho - em 1998 lançaram "Um Vistaço na Tropa", CD produzido por César Oliveira. Ainda em 1998, após marcar sua participação no "Eco do Sul", Rogério deixa o grupo e ingressa nos festivais de música nativista, meio responsável por lançar muitos músicos e excelentes trabalhos. Começou desta forma, a definir a carreira e futuro profissional.





Os festivais ele já conhecia há anos por intermédio do amigo César Oliveira, participante ativo destes eventos. Porém, a primeira aparição de Rogério na vitrine da canção gaúcha foi em 1999 quando defendeu a composição "Romanceiro de Estrada e Posto" no "12o Terra e Cor da Canção Nativa" na cidade de Pedro Osório. No mesmo ano que se lançou nos festivais, Rogério recebeu um convite muito especial. Ao aceitá-lo, ainda sem saber o que a vida lhe preparava, acabou por selar uma parceria que prometia grandes realizações.

Isso foi em 2000 quando procurado por César Oliveira para gravar uma participação no CD "De Campo e Alma". No mesmo ano, também participou do disco "De Quem Anda Por Aí", do poeta gabrielense, Aléx Silveira. Estiveram com ele Luiz Marenco, Jari Terres e Roberto Luçardo, três renomados intérpretes. A partir daí, novos projetos e parcerias com César surgiram e a cada novo trabalho a amizade e afinidade musical de ambos se solidificava.

Em 2001, Rogério Melo fez o álbum solo "Alma Campeira" (gravadora Master Discos de Santa Maria) com produção do amigo e participação do mesmo em quatro faixas. Em 2002, juntos agora como "César Oliveira & Rogério Melo" lançaram "Das Coisas Simples Da Gente" pela gravadora ACIT e finalmente definiram-se como dueto. Juntos, eles preencheram uma lacuna aberta na música nativista e a cada CD o reconhecimento foi maior.

Em 2003 foi o CD "Alma De Fronteira". Em 2004, Rogério esteve presente em um trabalho temático de César intitulado "Concerto Campeiro" - cantou a faixa principal, "Bastos, Potros e Guitarras". Em 2005 lançam os CD's "Retrato de Pampa e Invernada" e "Apaysanado" - este direcionado a obra do poeta Anomar Danúbio Vieira. Em 2006, apresentam o primeiro DVD, resultado de um show ao vivo gravado no Teatro da UCS em Caxias do Sul. "Pátria Pampa" é repleto de imagens do pampa gaúcho. Em 2007 o disco e DVD é "O Campo". Músicas inéditas e variação de ritmos são a marca deste trabalho.

Agora apresentam, pela gravadora ACIT, seu mais novo trabalho: o disco Cantiga para o meu chão. O repertório é composto por quinze músicas, algumas do início das carreiras de César e de Rogério e que foram gravadas pela primeira vez em dueto. Desta fase, destacam-se Serenata Campeira, uma típica valsa gaúcha, e o xote Coplas de Tosador.

Uma característica marcante da discografia de César e Rogério é a grande variação rítmica e a preocupação em resgatar expressões artísticas e musicais que estão no ostracismo. Neste sentido, se destaca a música A Pior é Minha, uma polquinha, ritmo corrente em gravações antigas de instrumentistas como Antônio Duarte e compositores como José Mendes e os Irmãos Bertussi. No disco, há ainda duas regravações do folclore argentino - com o qual o dueto tem uma forte identificação - Zamba de las Tolderias e Chacarera Del Rancho. Ambas tiveram seus arranjos originais preservados.


Passo a passo para se tornar um doador

Cidadão entre 18 e 55 anos e com boa saúde poderá doar. Ela é retirada do interior de ossos da bacia, através de punções e se recompõe em

* Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as medulas do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível pode chegar a UMA EM CEM MIL!

* Por isso, são organizados Registros de Doadores de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.

* Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte. A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.

 

Passo a Passo para se Tornar um Doador

  • Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias.
  • Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.
  • Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.
  • Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.
  • Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de UMA EM CEM MIL!
  • Por isso, são organizados Registros de Doadores Voluntários de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.
  • Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.
  • A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.
  • É muito importante que sejam mantidos atualizados os dados cadastrais para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato. Para atualizar o cadastro, basta preencher este formulário.

Caso você Deseje Fazer a Doação

Você precisa ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante).

Onde e quando doar

É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos Hemocentros nos estados. No Rio de Janeiro, além do Hemorio, o INCA também faz a coleta de sangue e o cadastramento de doadores voluntários de medula óssea de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 14h30, e aos sábados, de 8h às 12h. Não é necessário agendamento. Para mais informações, ligue para (21) 3207-1064.

Como é feita a doação

  • Será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue (5ml) e preenchida uma ficha com informações pessoais.
  • Seu sangue será tipificado por exame de histocompatibilidade (HLA), que é um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que podem influenciar no transplante. Seu tipo de HLA será incluído no cadastro.
  • Seus dados serão cruzados com os dos pacientes que precisam de transplante de medula óssea constantemente. Se você for compatível com algum paciente, outros exames de sangue serão necessários.
  • Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para confirmar que deseja realizar a doação. Seu atual estado de saúde será avaliado.
  • A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.

Caso você decida doar:

1. Você precisa ter boa saúde e não ter doenças infecciosas ou incapacitantes.

2. Será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue  (10ml) e preenchida uma ficha com informações pessoais.  Seu sangue será tipado por exame de histocompatibilidade (HLA), que é um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que podem influenciar no transplante.

3. Seu tipo de HLA será incluído no CADASTRO NACIONAL DE DOADORES e quando aparecer um paciente, sua compatibilidade será verificada. Se você for compatível com o paciente, outros exames de sangue serão necessários.  Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para decidir quanto à doação e seu atual estado de saúde será então avaliado.  A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.

 

Importante: um doador de medula óssea deve manter seu cadastro atualizado sempre que possível. Em caso de alguma mudança, a pessoa deve entrar em contato com:

 

 O Transplante de Medula Óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e algumas outras doenças do sangue.

PRIMEIRAMENTE SAIBA O QUE É A MEDULA ÓSSEA:

"É no interior dos ossos, na Medula Óssea, onde estão as células progenitoras das células sangüíneas. Ali também tem origem as alteração que vão ser responsáveis por inúmeras doenças."

 

Ao nascermos todos os nossos ossos contém medula capaz de produzir sangue: a medula vermelha. Com a passagem dos anos , a maior parte da medula vai perdendo sua função, sendo substituída por tecido gorduroso e passa a ser chamada de medula amarela.No adulto apenas alguns ossos continuam exercendo essa função: as costelas, o corpo das vértebras, as partes esponjosas de alguns ossos curtos e das extremidades dos ossos longos dos membros superiores e inferiores, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno.Os outros ossos do esqueleto do adulto possuem medula amarela e portanto, em condições normais, são incapazes de produzir sangue. Quando há uma necessidade maior como no caso de uma anemia, parte desta medula óssea amarela pode voltar a produzir células sangüíneas.

PRIMEIRAMENTE SAIBA O QUE É A MEDULA ÓSSEA:

"É no interior dos ossos, na Medula Óssea, onde estão as células progenitoras das células sangüíneas. Ali também tem origem as alteração que vão ser responsáveis por inúmeras doenças."

A medula óssea é constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior dos ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas as células do sangue; glóbulos vermelhos (hemácias); glóbulos brancos e plaquetas. Estes componentes dos sangue são renovados continuamente e a medula óssea é quem se encarrega desta renovação. Trata-se portanto de um tecido de grande atividade evidenciada pelo grande número de multiplicações celulares.  Estima-se que em um adulto médio, com aproximadamente 5 litros de sangue, existam em cada centímetro cúbico de sangue, cerca de 4,5 milhões de glóbulos vermelhos, 6 mil glóbulos brancos e 300 mil plaquetas. Isso significa um total aproximado de 22,5 bilhões de glóbulos vermelhos, 30 milhões de glóbulos brancos e 1,5 bilhão de plaquetas. As células sangüíneas tem vida curta: os glóbulos vermelhos tem uma vida média de 120 dias, os glóbulos brancos vivem em média 1 semana, as plaquetas 9 dias. Há portanto permanentemente células morrendo, sendo destruídas ou eliminadas e substituídas por novas células normais.

 

Ao nascermos todos os nossos ossos contém medula capaz de produzir sangue: a medula vermelha. Com a passagem dos anos , a maior parte da medula vai perdendo sua função, sendo substituída por tecido gorduroso e passa a ser chamada de medula amarela.No adulto apenas alguns ossos continuam exercendo essa função: as costelas, o corpo das vértebras, as partes esponjosas de alguns ossos curtos e das extremidades dos ossos longos dos membros superiores e inferiores, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno.Os outros ossos do esqueleto do adulto possuem medula amarela e portanto, em condições normais, são incapazes de produzir sangue. Quando há uma necessidade maior como no caso de uma anemia, parte desta medula óssea amarela pode voltar a produzir células sangüíneas.

 

 

A medula óssea mantém-se em atividade intensa e ininterrupta para produzir células sangüíneas e para isso depende de abundante e contínuo suprimento de substâncias.

Para elaborar novos glóbulos vermelhos ela aproveita restos de glóbulos vermelhos envelhecidos e destruídos. O ferro contido na hemoglobina é deixado na medula pelas hemácias que chegam ao fim da vida e novamente utilizado pela medula para formar novas moléculas de hemoglobina.

 

Duas fotos da medula óssea obtida por aspirado e observado em objetiva de imersão à óleo.
Na primeira observamos depósitos de ferro corados em azul. A segunda representa uma medula pobre neste elemento.


 

Células fagocitárias do baço, fígado, gânglios linfáticos e da própria medula encarregadas de englobar os glóbulos envelhecidos e destruí-los no interior do seu citoplasma, lançam o ferro na circulação para aproveitamento futuro. Grande parte deste ferro fica armazenado no fígado e na medula. O ferro da dieta, absorvido pela mucosa do intestino delgado, complementa as necessidades diárias deste elemento.

Outra substância indispensável ao funcionamento do tecido hematopoético é a vitamina B12. Quantidades muito pequenas desta vitamina são necessárias diariamente, mas para que ela seja absorvida e aproveitada pelo organismo, exige a presença do fator intrínseco da vit. B12, açúcar de natureza complexa, sintetizado pelas células da mucosa do estômago.

A falta desta substância implica em uma diminuição da produção de células sangüíneas pela medula e o aparecimento de precursores de tamanho aumentado, os megaloblastos. A este tipo de anemia denomina-se: anemia megaloblática. O ácido fólico, uma das vitaminas do complexo B, também está relacionado na produção dos glóbulos vermelhos pela medula óssea. As duas substâncias desempenham importantes papel em numerosas reações bioquímicas que envolvem os ácidos nucléicos.

 

Foto de medula óssea normal observada em objetiva de imersão. Nota-se megacariócitos e precursores mielóides e eritróides. [click na foto para

 

O SANGUE E SEUS CONSTITUINTES
"O sangue executa tantas funções que, sem ele, de nada valeria a complexa organização do corpo humano."

Nos animais ditos superiores, existem dois principais sistemas de coordenação: o nervoso, que controla e comanda todo o organismo, e o sistema endócrino, que engloba todas as glândulas internas que fabricam substâncias (hormônios) necessários ao corpo, coordenando seu funcionamento.

O sistema nervoso funciona de forma independente, porque através de suas ramificações alcança todos os tecidos do corpo. Já o sistema endócrino precisa do sangue para liberar, transportar e distribuir seus hormônios por todo o organismo. O sangue funciona portanto como um eficiente sistema de transporte de centenas de substâncias que são essenciais ao funcionamento do organismo humano.

É através da circulação sangüínea que as inúmeras células do organismo, em todos os tecidos, recebem sua alimentação, representada por componentes de proteínas, açúcar, gordura, água e sais minerais. Também é o sangue que, retornando dos tecidos, conduz o gás carbônico e os resíduos das células do corpo, eliminando-as através da respiração, do suor, da urina e das fezes.

Além disso, praticamente todo o sistema de defesa do organismo contra doenças e os ataques de germes patogênicos está concentrado no sangue. O controle da temperatura do corpo, o equilíbrio da distribuição de água e o processo de absorção celular também estão diretamente ligados ao sangue.

O oxigênio é levado às células pelo sangue, por meio das moléculas de hemoglobina existentes nos glóbulos vermelhos.

Setenta por cento do corpo humano é constituído de água. O sangue é o principal distribuidor desta água, nas quantidades necessárias a cada atividade orgânica. Além de distribuir, o sangue concorre para a eliminação dos excessos. A troca de água do sangue para os tecidos, e vice-versa, é feita principalmente através de um fenômeno denominado difusão osmótica. Trata-se de um processo físico que ocorre entre dois líquidos separados entre si por uma membrana permeável. Quando em um deles existem mais substâncias que no outro, a tendência é formar-se uma pressão maior do lado mais abundante em substâncias (potencial osmótico), de maneira que haja uma troca, através da membrana divisória, de líquido mais concentrado e menos concentrado, até se estabelecer o equilíbrio. Isto é, até que ambos os líquidos contenham número idêntico de substâncias. É neste movimento contínuo que se fazem a alimentação, a respiração e a excreção celulares. De maneira idêntica, o sangue regula o teor de acidez das células, controlando substâncias químicas simples que elas contém, tais como sais, bicarbonato, uréia e outras.Por meio dessas funções, o sangue mantém constantes as condições internas do corpo (homeostasia). Os médicos se servem da circulação para controlar artificialmente várias alterações orgânicas, seja retirando ou administrando drogas como solução de cloreto de sódio, lactato de sódio, gluconato de cálcio e outras que são injetadas numa tentativa de corrigir e equilibrar o meio orgânico. O sangue participa até mesmo do controle da temperatura do corpo, eliminando o calor excessivo através de um "desvio" do sangue aquecido às regiões mais superficiais, próximas à pele, onde o calor é eliminado pela irradiação direta, através da pele e da transpiração. O sangue ganha importância especial na defesa da integridade do organismo. Estão concentrados nele os principais meios de defesa contra o ataque de agentes externos. Os leucócitos, ou glóbulos brancos são os principais agentes deste mecanismo. Substâncias altamente especializadas denominadas anticorpos são produzidas pelos linfócitos em resposta a invasão de substâncias estranhas ou microorganismos patogênicos.  Encarregado de tantas e variadas atribuições o sangue é uma variedade de tecido conjuntivo e pode ser considerado o único tecido líquido do corpo.

NOME

CARACTERÍSTICAS

Eritrócitos (glóbulos vermelhos)

Forma discoidal, biconcavo, repleta de hemoglobina, transporta oxigênio para os tecidos.

 

 

 

 

Leucócitos (góbulos brancos)

 

 

 

 

 

 

 

Granulosos

 

Neutrófilo

Forma esférica, núcleo trilobulado; Fagocitam bactérias e corpos estranhos.

Eosinófilo (acidófilo)

Forma esférica, núcleo bilobulado; participam das reações alérgicas, produzindo histamina.

Basófilo

Forma esférica, núcleo irregular. Acredita-se que também participam de processos alérgicos; produzem histamina e heparina.

 

 

Agranulosos

Linfócitos
(B e T)

 

Forma esférica, núcleo também esférico; participam dos processos de defesa imunitária, produzindo e regulando a produção de anticorpos.

 

Monócito

Forma esférica, núcleo oval ou reniforme, originam macrófagos e osteocclastos, células especializadas em fagocitar.

Plaquetas (trombócitos)

Forma irregular, sem núcleo, participam dos processos de coagulação do sangue.

 Os elementos celulares que constituem o sangue tem forma, tamanho e funções distintas. Os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as células que existem em maior quantidade no sangue e são responsáveis pela coloração avermelhada deste. No interior das hemácias encontra-se um pigmento avermelhado denominado hemoglobina. Quando a hemoglobina está saturada de oxigênio assume uma coloração avermelhada viva (sangue arterial), quando saturada de gás carbônico, torna-se escuro (sangue venoso). Em cada milimetro cúbico de sangue existem cerca de 5 a 5,5 milhões de glóbulos vermelhos, no homem, e aproximadamente 4,5 milhões na mulher.

 

 

 

 

 

Os glóbulos brancos, ou leucócitos, distinguem-se em cinco variedades, chamadas neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. O sangue possui um número menor de glóbulos brancos do que vermelhos. Os leucócitos são ao contrário dos eritrócitos, nucleados e constituem a parte celular do sistema imunológico ou de defesa do organismo contra substâncias estranhas e microorganismo patológicops (vírus, bactérias, fungos, etc). Também participam das reações alérgicas, na produção de histamina.  Um terceiro elemento de importância fundamental no sangue são as plaquetas. Sua importância é fundamental no mecanismo da hemóstase e coagulação do sangue. As plaquetas não são células, mas apenas fragmentos de megacariócitos (células especiais nativas da medula óssea) liberados na circulação. O seu número normal no sangue é de 150 mil a 450 mil por milimetro cúbico. Uma diminuição acentuada deste número leva a hemorragia expontâneas pela pele ou mucosa.

A imagem ao lado mostra um esfregaço de sangue em lâmina de vidro observado em microscópio sob objetiva de imersão a óleo. Observa-se eritrócitos (hemácias) normocrômicas indicando boa saturação de hemoglobina. No centro observamos um neutrófilo segmentado. As estruturas menores, densas, são as plaquetas.

           

Toda a parte líquida do sangue forma o plasma sangüíneo. Cerca de 90% do plasma constituem-se de água pura, na qual estão dissolvidas as numerosas substâncias existentes no sangue. Destas, cerca de 3/4 são sais como sódio, cloro, fósforo, potássio, magnésio, cálcio e outros. Importância fundamental cabe as proteínas, que também estão dissolvidas no plasma. Em cada litro de sangue existem de 60 a 80 gramas de proteínas.

A maior parte é constituída pela albumina. Em menor proporção estão as globulinas, relacionadas com a formação de anticorpos, e o fibrinogênio, fundamental no processo de coagulação. As proteínas controlam a viscosidade do sangue, a pressão oncótica e regulam a osmose, entre outras funções.

Dissolvidos no plasma existem também alguns gases, como o oxigênio, o gás carbônico e, principalmente, o nitrogênio. Uréia, ácido úrico, creatinina, glicose, gorduras e ácidos graxos também se encontram presentes neste sistema de alimentação e defesa do corpo humano.

COMPOSIÇÃO DO SANGUE (PLASMA)

Proteínas especiais

Albuminas, Globulinas (anticorpos), Fibrinogênio, Protombina, Aglutininas

Outras substâncias orgânicas

Enzimas, Anticorpos, Hormônios, Vitaminas

Lipídios

Colesterol, Triglicérides

Glucídios

Glicose

Substâncias nitrogenadas

Uréia, Ácido úrico, Creatinina

Sais inorgânicos

Sódio, Cloro, Potássio, Cálcio, Fosfatos

OS GRUPOS SANGÜÍNEOS
Foi no século XX que a transfusão de sangue, adquiriu bases mais científicas. Em 1900 foram descritos os grupos sanguíneos A, B e O por Landsteiner e em 1902 o grupo AB por De Costello e Starli. A descrição do sistema Rh foi posterior (1940), por Landsteiner e Wiener.

Os grupos sanguíneos são constituídos por antígenos que são a expressão de genes herdados da geração anterior. Quando um antígeno está presente, isto significa que o indivíduo herdou o gene de um ou de ambos os pais, e que este gene poderá ser transmitido para a próxima geração. O gene é uma unidade fundamental da hereditariedade, tanto física quanto funcionalmente.

SISTEMA ABO

Há vários grupos sangüíneos herdados independentemente entre si. São conhecidos diversos sistemas de grupo sangüíneos.

Entre eles podemos citar os sistemas ABO, Rh, MNS, Kell, Lewis, etc. O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional por ser o mais antigênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh.

Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo . Fazem parte deste sistema três genes A, B e O podendo qualquer um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de cromossomos responsáveis por este sistema.

Os genes ABO não codificam diretamente seus antígenos específicos, mas enzimas que tem a função de transportar açúcares específicos, para uma substância precursora produzindo os antígenos ABO.

O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene A e de um gene B, tendo sido um herdado da mãe e o outro do pai. Ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B, seu genótipo é AB.

No caso do grupo O, foi herdado do pai e da mãe o mesmo gene O. O gene O é amorfo, isto é, não produz antígeno perceptível. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B. Quando o gene O é herdado ao lado de A, apenas o gene A se manifesta; e se é herdado ao lado do gene B apenas o gene B se manifesta.

 

Ao realizarmos os testes rotineiros em laboratório, não podemos diferenciar os indivíduos BO e BB, e nem AO e AA. Os símbolos A e B, quando nos referimos a grupos, indicam fenótipos, enquanto que AA, BO etc. são genótipos (ver quadro abaixo).

FENÓTIPO

GENÓTIPO

A

AO

A

AA

O

OO

B

BO

B

BB

AB

AB

 

É dito homozigótico quando o indivíduo é possuidor de genes iguais (AA, BB, OO), e heterozigótico quando os genes são diferentes (AO, BO, AB)

A CLASSIFICAÇÃO SANGÜÍNEA

A determinação do grupo sangüíneo deste sistema, é feito usando dois tipos de teste.

1o – Através da identificação da presença de antígenos nos eritrócitos, usando reativos compostos de anticorpos conhecidos (anti-A, anti-B, anti-AB). Esta é a chamada classificação ou tipagem direta .

2o – Através da identificação da presença de anticorpos no soro/plasma usando reativos compostos de antígenos conhecidos (hemácias A e hemácias B). Esta é a classificação ou tipagem reversa (ver quadro abaixo).

GRUPO SANGUÍNEO

SORO DE TIPAGEM

Anti-A Anti-B

HEMÁCIAS DE TIPAGEM

A B

ANTÍGENO

ANTICORPO

A

+

-

-

+

A

Anti-B

B

-

+

+

-

B

Anti-A

AB

+

+

-

-

A e B

Ausente

O

-

-

+

+

-

Anti-A e anti-B

Regularmente as pessoas expostas a um antígeno que não possuem, podem responder com a produção de um anticorpo específico para este antígeno. Entretanto, há alguns antígenos que possuem uma estrutura que se parece muito com antígenos de bactérias e planta, aos quais estamos constantemente expostos. Nestes casos, ocorre a produção de anticorpos a partir do contato com as bactérias e plantas, e não ao antígeno eritrocitário.

Neste grupo encontramos os antígenos do sistema ABO. Por este processo, os indivíduos com idade superior a seis meses, possuem o anticorpo contra o antígeno que não tem, pois já foram expostos a essas bactérias e plantas, através da alimentação. Estes anticorpos são chamados de isoaglutininas ou aglutininas naturais.

Observando o quadro acima podemos perceber a presença dos antígenos e anticorpos em cada grupo sanguíneo. É nesta presença ou ausência de antígenos e anticorpos que se baseia a tipagem sanguínea e a escolha do sangue a ser transfundido.

As transfusões podem ser:

  • Isogrupo – quando doador e receptor são do mesmo grupo ABO
  • Heterogrupo – doador e receptor são de grupo sanguíneo diferente

A escolha do sangue se baseia em que o indivíduo não pode ser transfundido com um sangue que possua um antígeno que ele não tem, pois o anticorpo presente no seu plasma, contra esse antígeno, iria reagir com essas hemácias transfundidas. Em vista disso e observando o quadro acima, fica claro que um indivíduo do grupo A não pode tomar sangue B e assim por diante.

Sempre que possível deve se transfundir sangue isogrupo, pois se por exemplo, transfundimos um sangue do grupo O a um paciente do grupo A, junto com as hemácias transfundidas temos uma quantidade de plasma onde há anticorpo anti-A, que poderá reagir com as hemácias deste paciente causando um grau de hemólise maior ou menor, mas que poderá ter um significado a depender do quadro clinico do paciente. Cada caso deve ser analisado pelo hemoterapeuta .

Este sistema ABO, também pode ocasionar incompatibilidade materno-fetal, com desenvolvimento da doença hemolítica peri-natal. Apresenta também importância em transplantes renais ou cardíaco, com menor papel nos hepáticos ou de medula óssea. Em alguns processos pode ocorrer a perda parcial do antígeno A ou B, como em algumas leucemias.

SISTEMA Rh

Quando referimos que o indivíduo é Rh Positivo, quer dizer que o antígeno D está presente. O antígeno D foi o primeiro a ser descoberto nesse sistema, e inicialmente foi considerado como único. Além deste, foram identificados quatro outros antígenos C, E, c, e, pertencentes a este sistema. Após os antígenos A e B (do sistema ABO), o antígeno D é o mais importante na prática transfusional.

Em algumas situações podemos ter uma expressão fraca do antígeno D . Isso pode ocorrer por:

  • Variações quantitativas que são transmitidas genéticamente
  • Efeito de posição, sendo o mais conhecido o enfraquecimento do antígeno D quando o gen C está na posição trans em relação ao D
  • Expressão parcial por ausência de um dos múltiplos componentes do antígeno D

Estes casos são chamados na prática de Rh fraco, e se refere ao que era conhecido anteriormente como Du.

Ao contrário do que ocorre com os antígenos A e B, as pessoas cujos eritrócitos carecem do antígeno D, não tem regularmente o anticorpo correspondente. A produção de anti-D quase sempre é posterior a exposição por transfusão ou gravidez a eritrócitos que possuem o antígeno D. Uma alta proporção de pessoas D-negativas que recebem sangue D-positivo produzem anti-D.

Se encontramos um anticorpo deste sistema podemos concluir que ocorreu uma imunização através de uma transfusão ou de uma gravidez. Qualquer antígeno deste sistema é capaz de provocar a produção de anticorpos, e assim a gerar situações de incompatibilidade.

Aloimunizações contra antígenos E, c, e, C são também observadas em pacientes politransfundidos, mas com uma freqüência inferior.

A maioria dos casos de Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) é devida ao anti-D. A profilaxia por imunoglobulinas anti-D diminuiu o número de aloimunizações maternas contra o antígeno D, mas não contra E, c, e, C

Na rotina, é realizada a tipagem, apenas, para o antígeno D nesse sistema. Os outros antígenos (E, C, c, e), são determinados em situações onde ocorre incompatibilidade, e é necessário obter sangue que não possuam algum desses antígenos.

A produção de anticorpos contra estes antígenos ocorre de forma semelhante a produção de anti-D. A capacidade de provocar a produção de anticorpos destes antígenos varia. Partindo do mais imunogênico, temos D > c > E > C > e.

TRANSFUSÃO

Para efeito de transfusão, é considerado que pacientes Rh positivos podem tomar sangue Rh positivo ou negativo, e que pacientes Rh negativos devem tomar sangue Rh negativo.

Para os pacientes D fraco, existem alguns critérios a serem observados. Se o antígeno D está enfraquecido por interação gênica, estando o mesmo presente integralmente, o paciente poderá tomar Rh positivo ou negativo. Porém nos casos em que o antigeno D está enfraquecido por ausência de um dos componentes, pode ocorrer produção de anticorpos contra o antigeno D na sua forma completa. Como rotineiramente, não identificamos a causa que leva a expressão enfraquecida do antígeno, acostuma-se a dar preferência a usar sangue Rh negativo para os pacientes Rh fraco. (1)

Existem situações clínicas onde é necessário avaliar o risco X benefício, e fazer outras opções. Neste momento é necessário o acompanhamento do hemoterapeuta.

 

Em breve maiores informaçõ

 

 

 

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